quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Os sete mitos da tecnologia

1. Colocar a pilha no freezer pode recarregá-la?

Muitas pessoas têm o costume de colocar pilhas em refrigeradores e freezers para que elas sejam “recarregadas”. Mas a verdade é que isso é impossível de acontecer. “Tecmundo, eu juro que uma vez a bateria do controle remoto acabou e, depois de deixá-la no freezer, voltou a funcionar!”. Sim, nós sabemos que isso é verdade, mas o que aconteceu nesse caso não foi uma recarga, mas uma ativação de carga.
 (Fonte da imagem: ThinkStock)
As pilhas possuem uma carga elétrica que é gerada por processos químicos dos elementos utilizados em sua composição. E as baixas temperaturas podem fazer com que os elementos presentes nas baterias consigam gerar a eletricidade necessária para mais alguns minutos de utilização – em aparelhos que exijam pouca corrente, como controles remotos.
O site LifeHacker afirma que a refrigeração das pilhas funciona muito mais para retardar a dissipação da carga do que como um gerador de corrente. Por essa razão, o armazenamento em freezers para pilhas não alcalinas é recomendado – uma vez que elas perdem uma quantidade significativa de carga todos os dias.

2. Mac e Linux não têm vírus

Por muitos anos, os usuários do Windows sofreram com as piadinhas daqueles que utilizam outros sistemas operacionais. Essas brincadeiras eram geralmente voltadas ao fato de “somente o sistema da Microsoft ter vírus”. Mas será que Mac e Linux realmente são invulneráveis a qualquer ameaça virtual?
 (Fonte da imagem: ThinkStock)
Realmente, existem menos pragas para os outros sistemas, mas o motivo para isso é muito simples: criar um código malicioso que afete o Windows pode ser muito mais proveitoso para os crackers – justamente por haver muito mais chances de acertos, devido ao número de usuários do sistema. Mas à medida que os outros crescem, certamente a quantidade de vírus vai crescer também.
Um bom exemplo disso é o Flashback, que atingiu o Mac OS X há pouco tempo. Depois desse fato, até mesmo a Apple admitiu que o seu sistema operacional não seria invulnerável. Sistemas portáteis também não são perfeitos, por essa razão o Android observa a quantidade de malwares crescendo constantemente e até mesmo o iOS já viu suas primeiras ameaças.

3. CD pirata pode danificar o aparelho de som?

Um dos pontos que é preciso analisar antes de comprar uma mídia virgem (CD-R) é a cor dela. Você pode não saber, mas isso influencia diretamente na qualidade do material que está sendo utilizado – pois indica qual o elemento-base da composição. Os discos piratas geralmente são feitos de fito-halocianino, pois é o mais barato que se pode encontrar (quando não há disfarce da coloração, são esverdeados).
 (Fonte da imagem: iStock)
E esse tipo de mídia apresenta menos densidade do que outras mais caras, por isso é comum que qualquer pequeno risco já faça um grande estrago na reprodução do áudio. Como informa o Clube do Hardware, discos de fito-halocianino são menos reflexivos do que os prateados, o que força os canhões de leitura a trabalhar acima da capacidade máxima e, dessa forma, reduz a vida útil deles.
Por essa razão, pode-se dizer que os CDs piratas são realmente prejudiciais aos aparelhos de som, mas desde que criados com compostos de baixa qualidade. O mesmo vale para discos de jogos e DVDs de filmes.

4. Video game estraga a televisão?

Isso é verdade e também é mito, depende de qual tipo de televisor estamos falando. Em 1985, o Nintendo Entertainment System (NES, também conhecido como Nintendinho) chegou aos Estados Unidos e foi o primeiro console a fazer um grande sucesso de vendas em todo o mundo. Naquela época, era comum que os jogos tivessem muitas imagens estáticas, principalmente os cenários.
Só mesmo as TVs de tubo sofriam com esse problema (Fonte da imagem: iStock)
Como os televisores utilizados no mesmo período eram de tubo CRT, com certa frequência era possível encontrar manchas nas telas (o chamado “burn-in”) após longas jornadas de jogatina. Mas o avanço dos video games fez com que isso fosse muito menos presente, devido principalmente à maior variedade de cores e movimentações nas partidas.
Vale dizer também que as televisões evoluíram. Com isso, a tecnologia utilizada parou de ser responsável por disparos de cátodos até o vidro e passou a ser composta por LCDs, LEDs e telas de plasma – estas últimas até sofrem com o burn-in, mas são mais facilmente corrigidas em casos de manchas.

5. Quantidade de memória é o que mais importa na placa de vídeo?

Alguns anos atrás, o que a maioria das pessoas queria saber na hora de comprar uma placa gráfica era: “Quantos MB de memória ela tem?”. O que parecia mais importante era exatamente isso, fazendo com que muitos pensassem apenas nessa especificação. O problema é que uma placa de vídeo com 1 GB de memória pode ser inferior a outra com 512 MB.
 (Fonte da imagem: iStock)
Isso acontece por dois fatores principais: tipo de memória utilizada e também processador gráfico existente na placa. A memória GDDR5 é muito superior à DDR3, principalmente quando estamos falando de uma aceleradora gráfica. Além disso, também devem ser observados alguns detalhes, como largura de banda de memória e interface dela – pois isso deixará claro quanto pode ser transferido por segundo.
A GPU (Unidade de Processamento Gráfico, que é o processador da placa) também é vital para essa análise. De nada adianta uma placa de vídeo com 1 GB de memória se o clock de processamento e a arquitetura utilizada não forem suficientes para calcular todas as informações que o consumidor precisa. Para entender melhor o assunto, clique aqui e acesse o "Glossário das placas de vídeo".

6. Ímãs podem apagar os dados de unidades de armazenamento?

Há alguns anos, o Tecmundo preparou um artigo que desvendava o mito de que ímãs próximos aos discos rígidos poderiam apagar dados importantes. Ficou claro que era preciso de uma força magnética muito grande para que isso acontecesse, mas será que o mesmo pode ocorrer com CDs e outras mídias de armazenamento?
Completamente imune a ímãs (Fonte da imagem: iStock)
Como o eHow deixou bem claro, os dados não ficam gravados de forma magnética nos CDs e DVDs, ao contrário do que acontece com fitas VHS ou cassete – que são criadas com materiais magnéticos. Quando a dúvida chega aos pendrives, a influência também não existe. Qualquer tipo de memória Flash é imune aos ímãs, porque não existe nenhum magnetismo utilizado na produção delas.

7. Lasers e celulares podem derrubar aviões

Se você já viajou de avião, deve ter ouvido recomendações para desligar seu celular assim que as portas da aeronave fechadas. O principal motivo para isso, segundo a regulamentação da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), é evitar que o sinal dos aparelhos interfira no bom funcionamento dos equipamentos de navegação.
Não é uma boa hora para ligar e avisar que vai demorar (Fonte da imagem: iStock)
Um estudo da Boeing (uma das maiores fabricantes de aviões comerciais do mundo), colocou 16 aparelhos em uma aeronave (em solo) para determinar a influência deles nos equipamentos do avião. A conclusão foi que eles realmente fazem com que vários sinais diferentes sofram interferências, o que poderia ser prejudicial à segurança dos voos.
Quanto aos lasers apontados para os aviões, eles podem ser realmente perigosos. Giorge Tsuruta entrou em contato com o Tecmundo e nos contou o seguinte: "Os feixes de laser ganham amplitude conforme a distância e ao serem apontados para cabine "inunda" a mesma com luz intensa ofuscando a visão dos pilotos, que deixam de enxergar os instrumentos do painel e pista do aeroporto para pouso, exatamente como demonstrado na foto (abaixo). Se incidir diretamente sobre os olhos dos tripulantes pode até causar cegueira.
 (Fonte da imagem: Campanha pela Segurança dos Pilotos de Aviação)
Tsuruta trabalha com Segurança de Voo e entrou em contato com nossa equipe para solicitar a correção, após termos dito que os lasers só atrapalhavam o voo se fossem incididos diretamente nos olhos dos pilotos. O Tecmundo agradece imensamente pela colaboração de Giorge Tsuruta.
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Viu como nem tudo o que falam por aí é verdade? Certamente você já havia escutado alguém falar alguns dos itens que citamos no texto. A partir de agora, sempre que você ouvir algo parecido com isso, já sabe como tirar a dúvida das pessoas.

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